Chove lá fora

Juliana Pellicer Ruza
2 min readMar 7, 2021
Photo by Tim Foster on Unsplash

Ontem fomos dormir embalados pela chuva forte que martelava em nossas janelas. Amanheceu com água caindo do céu de forma mansa, mas persistente. O clima convida a nos demorarmos na cama. Mães não podem fazer isso, pois o relógio biológico dos filhos, treinado por nós mesmas por meses, desperta às sete em ponto do domingo.

Saio da cama e começo a fazer tudo o que preciso antes que o meu bebê acorde. Leio a Bíblia e respondo à pergunta do livro “Uma Pergunta por Dia para Mães”. Depois leio e escrevo um pouco, para completar o ritual matinal. Esse momento, o favorito do dia, é mantido com pequenas interrupções para trocar fralda, dar mamadeira, ou ir a algum compromisso do bebê. Quando chove manso, como agora, é o clima perfeito para me aconchegar em uma história, minha ou de alguém.

Aos domingos, posso me deixar levar pelas palavras e pelo cafezinho, dando o tom que quero para todos os demais dias: descanso, paz, tranquilidade e equilíbrio.

Voltar a ler todos os dias, depois que o bebê nasceu, foi fundamental para meu descanso. Cinco minutos, às vezes mais, para manter o hábito e relaxar da correria da maternidade.

A escrita entrou nessa rotina desde o mês passado. Incluída nas minhas manhãs, antes que o bebê acorde ou quando sobra um tempinho entre as obrigações. Se não consigo fazer isso, parece que me falta alguma coisa. Aproveito momentos como a chuva de hoje para compensar os dias de falha. Escrever é uma forma de ordenar minha mente, processar fatos e sentimentos e lidar com traumas e experiências. É como uma terapia, na maioria das vezes. Gratuita, segura, criativa e, se conseguirmos disfarçar o suficiente, até mesmo lucrativa!

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