Chove lá fora
Ontem fomos dormir embalados pela chuva forte que martelava em nossas janelas. Amanheceu com água caindo do céu de forma mansa, mas persistente. O clima convida a nos demorarmos na cama. Mães não podem fazer isso, pois o relógio biológico dos filhos, treinado por nós mesmas por meses, desperta às sete em ponto do domingo.
Saio da cama e começo a fazer tudo o que preciso antes que o meu bebê acorde. Leio a Bíblia e respondo à pergunta do livro “Uma Pergunta por Dia para Mães”. Depois leio e escrevo um pouco, para completar o ritual matinal. Esse momento, o favorito do dia, é mantido com pequenas interrupções para trocar fralda, dar mamadeira, ou ir a algum compromisso do bebê. Quando chove manso, como agora, é o clima perfeito para me aconchegar em uma história, minha ou de alguém.
Aos domingos, posso me deixar levar pelas palavras e pelo cafezinho, dando o tom que quero para todos os demais dias: descanso, paz, tranquilidade e equilíbrio.
Voltar a ler todos os dias, depois que o bebê nasceu, foi fundamental para meu descanso. Cinco minutos, às vezes mais, para manter o hábito e relaxar da correria da maternidade.
A escrita entrou nessa rotina desde o mês passado. Incluída nas minhas manhãs, antes que o bebê acorde ou quando sobra um tempinho entre as obrigações. Se não consigo fazer isso, parece que me falta alguma coisa. Aproveito momentos como a chuva de hoje para compensar os dias de falha. Escrever é uma forma de ordenar minha mente, processar fatos e sentimentos e lidar com traumas e experiências. É como uma terapia, na maioria das vezes. Gratuita, segura, criativa e, se conseguirmos disfarçar o suficiente, até mesmo lucrativa!