Quem é o louco?

Juliana Pellicer Ruza
2 min readApr 19, 2021

Engana-se quem pensa que é o doente que vai atrás de um tratamento. Na maioria dos casos, os loucos continuam soltos por aí, causando estragos enquanto suas vítimas fazem fila no consultório psiquiátrico em busca de algo que os faça dar conta de continuar em pé.

Graças a Deus por essas soluções médicas, mas que pena que os verdadeiros doentes continuem aí sendo aplaudidos.

São empresários que extraem até a última gota de alma de seus empregados, forçando-os, em nome de um salário acima da média, a se sujeitarem a um dia-a-dia alucinante, desumano e desequilibrado.

São pessoas que aparecem com um sorrisinho, com as melhores intenções de fazer comentários ou dar sugestões, “apenas por amor”, mas que são uma verdadeira intromissão em nossas decisões pessoais. Para estas, quando colocamos nosso limite bem claro, somos taxados de loucos e agressivos. Aí nos sugerem fazer terapia e conversar com um psiquiatra.

Essas pessoas dizem que não querem se relacionar conosco se continuarmos sentindo as coisas da forma como sentimos. Também não querem estar perto de nós se reagirmos como reagimos às ações deles. Eles, ao contrário, não acham que precisam mudar o jeito que agem conosco.

Por um momento podemos achar que estamos completamente errados, e que estamos mesmo loucos. Acreditamos que somos agressivos e desequilibrados, mas basta um segundo de reflexão longe desse tipo de gente para conseguir enxergar onde é que está o problema.

É por isso que eu ando aprendendo que, por mais “de sangue” que seja o vínculo, a nossa vida fica muito melhor quando nos afastamos completamente desse tipo de abuso.

Pode ser que a gente tenha que usar uma ajuda médica para sair dessa confusão mental em que fomos jogados. E que bom por isso. Mas raramente o problema estará em nós. Em geral, a melhor solução será ir embora e deixar os loucos se alimentando das suas próprias maluquices.

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